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A mudança não começa em nós: somos nós.

Na Era do Antropoceno, assumimos, por fim, o declínio do nosso império na Terra e a iminente extinção da nossa espécie. Sendo este o mais plausível desfecho do nosso (longo? breve?) caminho neste planeta, anunciamo-lo em curto (mas trágico) obituário. Deixando-nos levar pela fé (ou falta dela), incongruência, inconsequência, arrastamos todos no caminho: os novos, que de nada sabem, os jovens, que andam distraídos, os adultos, demasiado ocupados e os idosos, incapazes de mudar. E assim seguimos, alegres e contentes, para o derradeiro túmulo da nossa existência: bem vestidos, com jóias e comida q.b. e alguns jogos para entreter na viagem.

Vale-nos que, como em qualquer era que se preze, o Antropoceno também trouxe (voando?) a sua semente de contrário. Ao consagrar-se em queda e destruição, o Homem despoletou um poderoso movimento de expansão em prol da (própria) vida. E por aí vemos proliferar os semeadores: os da transição, permacultura e agro-ecologia, dos biótopos de cura, regeneração, da nova educação, das abordagens holísticas, artísticas, do consumo ético, do mercado justo, das trocas e bancos de horas e trabalho, da paz profunda, alegria natural, vivência salutar, comunitária, solidária e intergeracional, das empenhadas lutas pelos valores, princípios, bens comuns e serviços dos ecossistemas da Terra...
 
Os novos heróis são Ulisses sem retorno, a nascer de novo para um novo mundo. A sua "guerrilha amorosa" há-de levá-los a uma utopia: a do mergulho consciente nas águas do equilíbrio natural.
 
Caminhemos juntos nessa transformação, criando juntos esse novo mundo – essa nova Humanidade – de que queremos fazer parte.
 
Rita Fouto,
FAREDUCA
(15/03/2018)
 

Caminhos de Transformação
Em 2018, o EARTHfest celebra os caminhos. Os da cidade de Lisboa e do Parque Florestal de Monsanto, onde o festival acontece; e também os internos, que vamos percorrendo com os outros, nesta Terra que nos é Casa (e Causa) Comum.
Queremos, pois, celebrar os caminhos…
Enquanto inesgotáveis fontes de conhecimento e de aprendizagem, verdadeiros “livros vivos” abertos ao céu. Diz um antigo ditado oriental que “aquele que ensina e aquele que aprende criam juntos a sabedoria”. Nos caminhos de natureza, a sabedoria está em tudo à nossa volta – mas mais do que tudo, está no nosso olhar...
  • Por isso, no EARTHfest’2018, vamos caminhar com os mestres (os outros) e descobrir o mundo sensível;
 
Enquanto inesgotáveis fontes de vitalidade e força, saúde e bem-estar, verdadeiros “bio-ginásios” para o Ser que se regenera, pacifica e reencontra, (re)ligado pelo corpo, pela respiração, pelo silêncio e atenção, à sua mais profunda natureza (que é planetária, que é a da Terra). E se “o silêncio é presença” e “a atenção é a chave para a transformação”, por aqui trilharemos, certamente, caminhos de maior equilíbrio e sustentabilidade (interna e externa)...
  • Por isso, no EARTHfest’2018, vamos meditar e caminhar, em intenção e atenção plena;
 
Enquanto inesgotáveis fontes das histórias, esses legados maiores da humanidade que, reais ou ficcionados, sempre comportam um poderoso sentido metafórico, o da “responsabilidade pessoal [que] consiste em falar sobre a verdade pessoal que se vive”. Nesse sentido, confiamos ao EARTHfest o poder ser vivido e contado na primeira pessoa, por muitas pessoas, em celebração de encontro e contributo para os caminhos-sementeira da transformação...
  • Por isso, no EARTHfest’2018, vamos contar as nossas histórias, fazer coisas juntos, convocar o Encontro e o Estar.
 
Estamos juntos!

 
A organização do EARTHfest'2018